ASAS Group: mestre na subscrição de risco

Com espírito empreendedor e olhar crítico para analisar e propor soluções para riscos complexos, ASAS Group conquista espaço e comemora dez anos ao lado do corretor de seguros e do broker de resseguros
Carol Rodrigues

Dizer que o ASAS Group é uma empresa de portas abertas para o mercado é um fato. Afinal, é nos riscos complexos em que reside a maior atuação da MGA.

Com um amplo portfólio, atualmente, a MGA coloca sob suas “ASAS” uma série de modalidades de seguros e resseguros. São elas: aviação, equipamentos, patrimonial, garantia, responsabilidade civil geral e linhas financeiras.

Hoje, aviação e patrimonial são responsáveis por 74% do volume de prêmios da ASAS, com participação igualitária de 37%; RD Equipamentos vem na sequência com 16%, e os demais ramos com 10%.

A atuação da MGA ASAS Group mostra o valor da parceria com o corretor no mercado de seguros e a importância de desenhar produtos para atender às necessidades dos clientes dos parceiros. Com isso, mais riscos tornam-se seguráveis.

A trajetória da ASAS completa dez anos em 2025 com uma estratégia muito bem desenhada na sua criação, já para ser disruptiva, no mercado segurador não só brasileiro, mas também da América Latina. Hoje, 93% da operação da ASAS está centralizada no Brasil e os demais 7% são oriundos da atuação internacional.

O início

Em 2015, o executivo Marcelo Assumpção tinha como plano fazer uma pausa na companhia onde atuava para depois seguir com a sua jornada no mercado de seguros, inclusive tinha recebido um convite para ingressar no mercado ressegurador.

Marcelo Assumpção, CEO e fundador do ASAS Group
Marcelo Assumpção, CEO e fundador do ASAS Group

Foi quando, em conversa com dois amigos, surgiu a ideia de criar uma MGA (Managing General Agent) no Brasil, que, na prática, são agências de subscrição de riscos que complementam e potencializam a operação das seguradoras (e/ou resseguradoras), principalmente em relação à capacidade técnica de subscrição para atendimento de riscos específicos e de nicho.

Assumpção gostou da ideia. Afinal, a atuação de uma MGA é diferenciada por agregar valor ao corretor de seguros, além de realizar todo o processo desde atender o corretor, visitar, precificar, subscrever e emitir a apólice. Além de tudo, era algo novo no Brasil e na América Latina.

Com o apoio de uma resseguradora, a ASAS iniciou a operação em 15 de julho de 2015 com a subscrição de resseguro de aviação, segmento em que o CEO é referência nacional, justamente por seu conhecimento técnico. Com o nascimento do ASAS Group, surgia também a primeira MGA do Brasil.

“Chegamos para criar uma solução com expertise onde havia um vácuo”, diz o CEO.
Segundo Assumpção, a companhia foi abrindo carteiras conforme a necessidade do corretor parceiro, tendo em vista a proximidade entre alguns nichos. Afinal, o corretor de RD tem o Property e também possui uma área de Garantia e Responsabilidade Civil.

“Hoje temos uma carteira ampla e fazemos tanto seguro como resseguro. O nosso propósito é ficar de olho nas boas soluções que podemos trazer para o mercado. Sempre de olho em inovações e com os pés no chão. Onde houver complexidade que precise de tecnicidade e especialização é o ponto em que a ASAS irá agregar valor, pois contamos com profissionais que entendem do assunto”.

Guillermo Delfino, Deputy CEO do ASAS Group
Guillermo Delfino, Deputy CEO do ASAS Group

Guillermo Delfino, Deputy CEO do ASAS Group, destaca que a empresa se posiciona em seguros nichados em que são necessários a especialização e a cultura de empreendedorismo. “O nosso negócio é a subscrição de risco muito bem feita.

A ASAS encontra um modo de fazer os riscos mais complexos. Procuramos analisar uma forma de fazer com que o risco difícil de ser aceito, o risco complexo, seja colocado dentro de uma razão de preço, franquia e limitação de importância segurada. O nosso DNA é pensar, entender e fazer bem feito aquilo que o mercado não sabe fazer”, acrescenta Delfino.

Com resultado positivo em todas as linhas, na ASAS não existe o termo risco declinável e sim riscos complexos que podem ser seguráveis ou não seguráveis segundo diversos fatores.

O corretor é o elo com o mundo de seguros

A ASAS possui características peculiares. Cada colaborador que integra a companhia foi escolhido minuciosamente, alguns deles foram, inclusive, desenvolvidos internamente. É uma empresa de subscritores extremamente qualificados e que não possui profissionais posicionados exclusivamente em uma área comercial. Isso, segundo o fundador, é intencional.

Na MGA, não existem as áreas técnicas e comercial como áreas separadas, os técnicos têm também que fazer o rol comercial com os corretores.

“Vejo a área comercial como um cotovelo para transmitir um recado do corretor que está com um problema com uma área técnica. Então, por que não pegar o técnico que tem muita expertise e treiná-lo para também atender o corretor? Aqui na ASAS todos estão preparados para atender e visitar o corretor”, descreve o CEO.

A parceria com o corretor é um pilar importante da ASAS, que procura manter relações duradouras com o corretor. “Não queremos atender o corretor somente para fazer o risco complexo dele. O corretor tem que ter na cabeça que fazemos uma parceria. Queremos ter acesso ao portfólio dele, e seremos parceiros dele, para que ele possa dar um bom apoio e cobertura aos seus segurados”.

“A nossa premissa é que o corretor é o nosso elo com o mundo de seguros. Só trabalhamos via corretores. Esse elo é muito forte porque é dele que vem as cotações e os negócios. Estamos de portas abertas para escutar o corretor nos ramos em que operamos”, acrescenta Assumpção.

Ainda hoje, poucos corretores entendem o que é e como trabalhar com uma MGA, e a ASAS está de portas abertas para receber os profissionais interessados em entender a dinâmica da operação e trabalhar em parceria.

“Somos provedores de capacidade, inteligência e soluções nas linhas de seguros e resseguros onde atuamos, sempre tentando achar soluções viáveis para os segurados. As MGAS não chegaram ao mercado para competir com os corretores, mas sim para trabalhar com e para eles”, comenta o Deputy CEO.

“Não somos e nem pretendemos ser corretores de seguros. Nosso único elo com o mercado é o corretor. Ao atuar com uma MGA, o corretor está oferecendo uma melhor solução ao seu cliente, diversificada, inteligente e sob medida para o risco”, acrescenta Assumpção.

Vale ressaltar que a ASAS também atua em parceria com assessorias estratégicas em seguros, que entram no circuito para dar apoio ao pequeno corretor, para que ele consiga se desenvolver.

Os 10 e os próximos anos

Conforme Guillermo Delfino, no dia a dia, a ASAS procura estar perto e dar soluções para os corretores. “Estamos aqui para discutir juntos, fazer acontecer e tentar resolver os problemas deles. O corretor tem que se sentir bem atendido. Nosso foco é estar perto do corretor para que ele se sinta bem respaldado. Esse é o nosso DNA. Fazemos questão de realmente transmitir essa nossa filosofia para todos os heads que ingressam na companhia”, ressalta.

O relacionamento de longo prazo se dá também com os resseguradores. “Temos muito respeito por quem nos acompanha em nosso caminho”, menciona Delfino.

A ASAS celebra dez anos em 2025 e comemora os resultados. “Os resultados foram conquistados pouco a pouco. Foi uma trajetória sem grandes saltos. A ASAS não segue o fluxo do mercado. Tentamos manter o pensamento crítico de olhar, analisar e pensar em uma forma de como dar soluções”, comenta o Deputy CEO.

Em crescimento, a ASAS tem como desafio manter a qualidade no atendimento e proximidade com o corretor. Para tanto, a empresa investe pesado em tecnologia. “O humano nunca vai sair da ASAS. Não vamos terceirizar a inteligência da ASAS para uma IA. Vamos utilizá-la de modo a facilitar os nossos processos. Teremos um robô para ajudar o corretor a emitir uma série de cotações, inclusive apólices na ponta de vários tipos de riscos. Isso nós já estamos fazendo no RETA”, destaca Assumpção.

“Nosso objetivo é liberar as pessoas para que elas não percam tempo com as tarefas mais rotineiras, para que tenham mais tempo para atender o corretor. A IA não vai mudar essa discussão e a relação entre as pessoas”, completa Delfino.

Conforme Marcelo Assumpção, o que trouxe a ASAS até aqui não é o que irá levá-la para o futuro. “Agora é o momento de a ASAS se reinventar. Tudo o que foi feito até agora deu muito certo. Se continuarmos nesse caminho, vai continuar dando certo, mas vamos entrar em uma mesmice do mercado daqui a alguns anos. Não queremos fazer o mesmo que o mercado faz. Queremos fazer diferente e melhor. Teremos sempre corretores mais especializados e parceiros que nos entendem. O momento da ASAS é de expansão e fortalecimento com novos produtos. É por meio da diferenciação que iremos buscar novos crescimentos e novos negócios”.

“O DNA da ASAS é o olhar crítico, um processo dinâmico, o espírito empreendedor e criativo de seguir observando e procurando oportunidades e nichos novos para inovar e seguir crescendo e evoluindo”, comenta Delfino.

Novidades

Hoje, a ASAS trabalha em dois grandes projetos que serão anunciados no segundo semestre deste ano. Além disso, mantèm o foco sempre visando a melhoria contínua e o espírito empreendedor.

“A ASAS é uma empresa bem diferente das outras. Cuidamos da cadeia inteira do mercado de seguros. Hoje temos dois grandes desafios – a parte de tecnologia, pois, estamos em uma fase de mudança de processos, implementando ERP e um novo CRM, que inclui IA para melhorar a experiência dos nossos parceiros e ganhar eficiência operacional, liberando nosso time para pensar no negócio”, destaca Sven Will, diretor Financeiro e de Operações do ASAS Group.

Ele ressalta que, recentemente, a ASAS também reestruturou a área de sinistros. “Estamos melhorando muito o fluxo das informações e a velocidade de atendimento do sinistro, que já é muito boa e caminha para o padrão de excelência”.

Segundo Delfino, a trajetória da ASAS iniciou nichada com especialização e soluções inovadoras, inclusive para riscos complexos, e assim tem o propósito de seguir rumo ao futuro. “Estamos sempre olhando para oportunidades”, antecipa o Deputy CEO.

Contudo, a comemoração da primeira década da ASAS é marcada por novidades e melhorias em produtos e processos, e agradecimentos aos parceiros.

Do aeronáutico às linhas financeiras

Em dez anos, a MGA passou a atuar em riscos Aeronáuticos, Equipamentos, Property, Garantia, Responsabilidade Civil Geral e Linhas Financeiras.

A ASAS nasceu como referência em seguros aeronáuticos. A atuação forte no aeronáutico inclui proteções para drones e faz com que, inclusive, alguns corretores de seguros cheguem à ASAS de forma orgânica, pelos buscadores, procurando uma solução para o cliente da própria carteira.

Carolina Varaldo Pimentel, atualmente vice-presidente de Riscos Especiais do ASAS Group, ingressou como responsável pela área de aviação ou aviation, como é comumente designado o ramo, em 2018 e, em 2024, assumiu também as carteiras de Responsabilidade Civil e Linhas Financeiras.

“O fato de trabalharmos nichados com produtos mais focados traz uma proximidade com o cliente final, que é o corretor ou o broker de resseguro. Não somos só técnicos, entendemos o lado comercial do negócio. Estamos muito próximos ao corretor e ao broker de resseguro e eles sabem que podem contar conosco. A nossa tomada de decisão é muito rápida”, destaca Carolina sobre os diferenciais da ASAS.

Diferentemente dos outros ramos, o aviation tem uma base pequena de corretores. Segundo Vinícius Anderaos, gerente de Subscrição Aeronáuticos da ASAS, o objetivo da área é tentar atender e distribuir sobre o máximo de corretores possível e auxiliar os profissionais, que não necessariamente são especializados no produto aviation.
Desde 2018 na companhia, Anderaos vê um crescimento orgânico na operação da ASAS.

“Conseguimos auxiliar e juntar uma gama de corretores fiéis que, hoje, são nossos parceiros. Desde 2018, no momento em que o mercado passou por um período de sinistralidade alta, mantemos um crescimento orgânico e saudável, com sinistralidade controlada. É um resultado muito bom, sempre auxiliando os corretores individualmente em cada risco”.

“A ASAS era um projeto com uma interrogação – será que isso vai dar certo? E deu! Os dez anos comprovam. O negócio tomou uma proporção que ninguém esperava. São 60 colaboradores. Não ficamos parados. Estamos sempre nos reinventando. Chegamos onde chegamos, do tamanho que estamos, porque sempre nos reinventamos. Não podemos ficar parados. Temos que estar antenados às mudanças do mercado”, comenta a VP.

Equipamentos foi a segunda carteira em que a ASAS passou a atuar. Inclusive, a MGA faz seguros de produto florestal e colheitadeira de cana e de algodão, que são produtos com aceitação restrita. “Nosso diferencial é a análise do gerenciamento de risco do cliente, que também serve para construir uma relação duradoura com o segurado”, destaca Elis Will, superintendente de Equipamentos.

A ASAS apoia o risco do cliente desde que a severidade esteja controlada, independente da frequência.

Robson Polli, superintendente de Seguros Patrimoniais, chegou à companhia em 2019 com o objetivo de expandir a carteira de seguros Patrimoniais. Até então, a MGA fazia R$ 10 milhões de prêmios emitidos por ano. “Desde então, o produto cresceu de forma estruturada. Este ano, projetamos fazer aproximadamente R$ 60 milhões de prêmios emitidos”.

A ASAS é reconhecida no mercado por trabalhar com riscos complexos. “O corretor chega até nós buscando uma solução para isso”, diz Polli.

Inclusive, alguns dos chamados riscos declináveis encontram uma solução na ASAS. “Como fazemos riscos complexos, alguns declináveis estão nesse contexto. Temos condições mínimas tanto de precificação quanto de qualidade de risco para gerenciamento e conseguimos ter hoje na carteira um bom número de riscos de alta severidade mas com uma carteira balanceada.

Há uma diferença entre risco declinável pelo mercado, que tem gerenciamento de risco e vemos como segurável, e o risco declinável, que não tem gerenciamento e realmente não tem condições de aceitação”, analisa.

Marcos Vinicius, superintendente de Property Facultativo, ingressou na ASAS em fevereiro de 2025 atraído pela oportunidade e desafio de fazer algo diferente. “O perfil da ASAS é diferente, atua com riscos middle market e atividades mais críticas, que muitas vezes o mercado não aceita. Além da sensibilidade na precificação, a outra percepção de aceitação de risco também está fazendo eu trabalhar melhor”.

Regiane Camargo, gerente de Casualty RC Geral, ingressou em novembro de 2023 na companhia e, em janeiro do ano seguinte, a companhia iniciou a operação com o Responsabilidade Civil Geral. “Nosso primeiro ano foi desafiador. Queremos uma carteira construída de maneira orgânica e que façamos um colchão de prêmios para construir a carteira de maneira sustentável”.

“A proximidade com o corretor e com o segurado nos permite desenhar um seguro de acordo com a necessidade de cada segurado. É fundamental estarmos abertos para que o nosso corretor e o segurado entendam as necessidades do contrato. O corretor, muitas vezes, precisa desse serviço agregado de estar junto com a seguradora para falar com o segurado”, completa.

Após o primeiro ano de operação, o desafio agora é atingir uma penetração maior no mercado de apólices renováveis. “Estamos criando um clausulado não padronizado e também adequado à nova lei de seguros, cuja vigência inicia em dezembro deste ano”, antecipa Regiane.

Tauana Gomes Rocha, coordenadora de Linhas Financeiras, chegou à ASAS para turbinar o E&O. A ASAS está subindo cláusulas e produtos novos junto à Susep para operar com o médio mercado e a pessoa física. “O foco desse ano é mostrar para o mercado que a ASAS está no E&O. Com isso, começaremos a crescer o produto dentro da ASAS, inclusive com o aumento das atividades profissionais contempladas, que deve chegar a 20”, conta Tauana, ao acrescentar que, para tanto, a companhia está investindo em tecnologia e em produtos personalizados.

Conteúdo da edição de julho (277) da Revista Cobertura

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