*Luciano Mendonça

Em um cenário econômico cada vez mais complexo e internacionalizado, proteger o fluxo de caixa do seu negócio deixou de ser apenas uma boa prática: tornou-se uma necessidade estratégica. Escuto com frequência uma dúvida comum entre empresários e gestores financeiros: “Carta de crédito e seguro de crédito são a mesma coisa?” A resposta é não — e entender as peculiaridades pode fazer toda a diferença na saúde financeira da sua empresa.
O seguro de crédito tem sido uma solução cada vez mais adotada por empresas que realizam vendas a prazo, principalmente em mercados internacionais. Esse tipo de seguro funciona como uma proteção para a sua área de contas a receber: se o seu cliente atrasar ou não pagar uma fatura, a seguradora cobre o prejuízo até o limite de crédito contratado. Isso garante previsibilidade e segurança no fluxo de caixa, mesmo diante de imprevistos como inadimplência ou insolvência.
Além disso, o seguro de crédito vai além da simples indenização: ele também facilita a gestão de risco. Nesse sentido, a rede global de analistas da Allianz Trade tem acesso instantâneo a 289 milhões de dados de empresas em mais de 160 países, permitindo a tomada de decisões comerciais mais seguras, com base em informações sólidas.
Já a carta de crédito é um instrumento emitido por um banco, que garante ao vendedor o recebimento do valor da venda ainda que o comprador não pague. Também é muito comum em operações de comércio exterior, nas relações com novos importadores ou em mercados considerados de maior risco. A carta de crédito, no entanto, tem as suas desvantagens.
A começar pelo custo, a carta de crédito costuma ser mais cara do que o seguro de crédito. Os bancos exigem garantias (às vezes superiores ao valor da operação), cobram taxas elevadas e, em muitos casos, impõem cláusulas rígidas de execução. Além disso, a carta de crédito imobiliza o limite de crédito do comprador junto ao banco emissor, o que pode restringir outras operações financeiras importantes para o negócio.
Por sua vez, com o seguro de crédito é possível garantir múltiplas operações com diferentes importadores, de diferentes países, em uma única apólice. Isso proporciona uma cobertura mais ampla e flexível, com um custo mais acessível. Além disso, não há imobilização do limite bancário, e as vendas cobertas podem ser convertidas em capital de giro com mais facilidade, por meio de operações de desconto bancário, com taxas mais atrativas.
Outro diferencial importante é que o seguro de crédito é aceito como garantia no programa PROEX do Banco do Brasil, o que permite ao exportador antecipar, à vista, suas exportações a prazo, aumentando a liquidez do negócio. Com isso, o seguro de crédito tem se mostrado uma alternativa mais eficiente, econômica e estratégica para empresas que desejam crescer com segurança e sustentabilidade.
*Luciano Mendonça atua como Diretor Comercial da Allianz Trade no Brasil