ANTT passa a regulamentar e fiscalizar novos seguros obrigatórios

Sem as apólices exigidas por lei, transportadoras podem sofrer sanções; fiscalização mais rigorosa deve gerar aumento de custos e desafios de adequação.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou recentemente novas diretrizes para o setor. A Resolução nº 6.068/2025 determina que a ANTT passará a fiscalizar ativamente o cumprimento da obrigatoriedade dos seguros RC-DC (Responsabilidade Civil por Desaparecimento de Carga) e RCV (Responsabilidade Civil do Veículo) por parte dos transportadores com RNTRC (Registro Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas).

Agência Nacional de Transportes TerrestresEsses seguros já eram exigidos por lei, especialmente com o advento do Marco Legal do Transporte Rodoviário de Cargas, instituído pela Lei nº 14.599/2023, mas a novidade está na atuação direta da ANTT como órgão fiscalizador. O seguro RCTR-C (Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga) já era fiscalizado anteriormente.

Com a nova resolução, as transportadoras devem comprovar não apenas o RCTR-C, mas também o RC-DC e o RCV, que agora fazem parte da documentação exigida para obtenção, renovação ou manutenção do RNTRC. O RCV, por sua vez, é o seguro obrigatório voltado à cobertura de danos causados a terceiros (veículos, estruturas e pessoas) em acidentes envolvendo veículos de carga, especialmente em operações com autônomos e equiparados.

Para João Paulo, CEO da Mundo Seguro, empresa especializada em seguros de transporte de cargas, “contratar o seguro RCV é essencial para qualquer transportadora que queira operar com segurança e responsabilidade”, afirma. “Além de atender à exigência legal, ele protege a empresa contra prejuízos em casos de acidentes com terceiros, oferecendo respaldo financeiro e jurídico. Em um setor com tantos riscos, ter essa cobertura é uma decisão estratégica que ajuda a garantir a continuidade das operações e transmite confiança ao mercado”, comenta o CEO.

Apesar disso, o reforço da fiscalização representa um novo custo a ser incorporado ao cálculo do frete. “É uma mudança com impacto direto nos custos operacionais. O valor do seguro deve, sim, aumentar, especialmente para quem ainda não contratava o RCV”, afirma. “E como esse custo adicional pesa no orçamento das transportadoras, é natural que ele seja repassado ao frete. O frete, por sua vez, influencia o preço final dos produtos, o que pode afetar o consumidor em setores que dependem fortemente do transporte rodoviário, como alimentos, medicamentos e bens de consumo”, explica.

Segundo João, a empresa já está preparada para orientar os clientes no processo de adequação às exigências legais, com suporte técnico, emissão de apólices e acompanhamento regulatório. “Quem não estiver com as apólices em dia pode ser impedido de operar legalmente, afetando a cadeia logística e gerando mais custos desnecessários”, finaliza.

Fonte: Publika.aí Comunicação

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