Na SulAmérica, Raquel tem trabalhado na reestruturação da companhia e na ampliação de portfólio. Como presidente da FenaSaúde, ela quer mostrar o impacto positivo do setor à sociedade

Raquel Reis é uma executiva com uma visão clara do mercado de seguros, que se expande quando o tema é saúde. Em fevereiro de 2022, ela deixou a SulAmérica para assumir o cargo de VP da Rede D’Or São Luiz. Em 2023, ela voltou à SulAmérica para assumir a presidência. Desde então, Raquel tem trabalhado na reestruturação da companhia e na ampliação de portfólio, além das campanhas de coibição de fraudes e desperdícios para garantir a sustentabilidade do setor.

Com 23 anos de atuação no mercado, recentemente, Raquel assumiu também a presidência da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Confira a entrevista exclusiva para a Revista da Aconseg Centro-Oeste.

Revista Aconseg Centro-Oeste | Por que escolheu estudar Ciências Atuariais e como chegou ao mercado de seguros?
Raquel Reis | Antes de entrar na faculdade, após muita pesquisa de mercado, soube do curso de Ciências Atuariais e me identifiquei. Existia uma demanda por esses profissionais que não estava sendo atendida. No primeiro ano do curso, comecei como trainee no setor de seguros, mas foi trabalhando na saúde que me apaixonei pela possibilidade de cuidar das pessoas. Em nosso dia a dia, lidamos com temas importantes e momentos sensíveis na vida dos beneficiários. Em todas as áreas, ações e profissões a empatia é essencial, mas acredito que no setor de saúde há uma responsabilidade em grande escala.

RACO | Como foi retornar à SulAmérica e assumir a presidência?
RR | Recebi o convite para assumir a presidência da SulAmérica Saúde & Odonto em janeiro de 2023, depois de um ano na Rede D’Or. Quando retornei, foi um misto de sentimentos: era como se eu estivesse voltando para casa. Afinal, já tinha uma história de mais de dez anos na companhia. Cheguei com uma visão ainda mais integrada e completa do setor, além de muita energia e incentivo para a nova gestão.

RACO | Como define o seu modelo de gestão?
RR | Atuo com uma liderança pelo exemplo, fazer o que se prega. Também uma gestão focada na sustentabilidade setorial, que une eficiência operacional, inovação e combate a fraudes. Desde que assumi a presidência na SulAmérica, tenho trabalhado na reestruturação da companhia e na ampliação de portfólio, com produtos inovadores e personalizados, além das campanhas de coibição de fraudes e desperdícios para garantir a sustentabilidade do setor.

RACO | A SulAmérica foi uma das companhias que mais investiu no combate à fraude. Como a tecnologia tem apoiado as ações da SEGURADORA?
RR | Temos investido no combate às fraudes especialmente com o uso de inteligência artificial. Implementamos um robô que realiza a checagem minuciosa de documentos e utiliza biometria facial para verificar a identidade dos beneficiários ao acessarem o aplicativo, evitando pedidos fraudulentos e desperdícios que prejudicam os clientes, a empresa e o setor como um todo. Além disso, as medidas jurídicas que adotamos resultaram no bloqueio de R$ 12 milhões em contas de fraudadores e 151 notícias-crime em 2024. Também temos realizado um trabalho educativo de conscientização aos beneficiários e à população em geral sobre o que é considerado fraude e, inclusive, demonstrando as consequências práticas para o próprio cliente. Quando é cometido algum tipo de abuso ou fraude e se gasta mais do que necessário, isso volta para o consumidor no formato de reajuste, que está totalmente ligado à sustentabilidade do setor.

RACO | O que a faz permanecer no mercado de seguros?
RR | O sentimento de contribuir para que as pessoas tenham acesso a cuidados essenciais e que possam viver com mais tranquilidade e confiança é o que me motiva a permanecer no setor. O mercado está sempre se reinventando e essa dinâmica é algo que me impulsiona a buscar soluções inovadoras a todos brasileiros. O trabalho que o mercado securitário realiza na vida das pessoas, especialmente nas áreas de saúde e odontologia, é de extrema relevância e urgência. Trabalhamos em equipe e sempre motivados pela possibilidade de pulverizar serviços de saúde e bem-estar às mais diversas regiões do País. Além da oferta de serviços, valorizamos e prezamos pela qualidade. A vida dos nossos beneficiários é o mais importante.

RACO | O que falta melhorar na comunicação do setor?
RR | Sempre tem a pauta do reajuste, a pauta do que não foi coberto, a pauta de uma judicialização, que muitas vezes não são coberturas contratuais. Nós não falamos da quantidade de vidas que nós salvamos, da quantidade de procedimentos que pagamos todos os meses, sejam consultas, exames ou procedimentos não cobertos, que, muitas vezes, as operadoras optam em pagar porque aquilo vai ao encontro da melhor expectativa de vida da pessoa. A quantidade de pessoas que está viva hoje e que têm uma qualidade muito melhor do que teria graças à saúde suplementar é brutal. Mas falamos pouco sobre isso. É importante falarmos o quanto geramos saúde para a população de forma geral. Sinto falta disso enquanto cidadã. Como presidente da Fenasaúde essa será uma das minhas pautas: falar mais sobre o impacto positivo da saúde suplementar.

RACO | Do ponto de vista pessoal, qual é o seu maior sonho?
RR | Meu maior sonho, e desafio pessoal, é ser mãe do Felipe, meu adolescente que me ensina todos os dias e me desafia a dar o meu melhor.

RACO | Recentemente, você foi eleita uma das 50 Mulheres mais influentes do mercado de seguros, segundo pesquisa realizada pela Revista Cobertura. Qual mensagem você gostaria de transmitir para as mulheres?
RR | O nosso mercado tem poucas mulheres. Temos que lutar pelo nosso espaço para sermos ouvidas em primeiro lugar, temos que ter segurança e estudar duas/três vezes mais para nos posicionarmos. Gostaria de reforçar para as mulheres que a realização profissional não está diretamente ligada a um cargo de presidência, o importante é estar realizada onde sentir que deseja estar. Lugar de mulher é onde ela quiser estar. Cada uma sabe onde quer chegar, então siga esse sonho por você, não pelas outras pessoas.

Conteúdo da edição 01 da Revista Aconseg Centro-Oeste